Não era tão fácil quanto parecia ser.
Era tanto que não sabia por onde começar.
Paralisava.
Por mais que tentasse, olhos e ouvidos não se fartavam.
Queriam mais.
A alma gritava. Clamava. Usava de tudo que estava ao alcance dos sentidos na vã tentativa de expressar-se.
Vã.
Não havia palavras para exprimir. E esta ausência lhe apertava o peito.
Não era tristeza.
Era um querer maior. Inexplicável. Angustiosamente inebriante.
Corpo e sentido dissociavam-se num querer incontido.
Enquanto o corpo emudecia, os sentidos se viam mais despertos e sensíveis do que nunca.
Mas insistia.
Forçava a mente na tentativa de ordenar sentenças. Fazer-se entender. Esperançosa que isto aplacaria o tal desassossego.
Mas nunca é possível fartar uma alma.
Aos poucos entendia.
Era preciso aceitar.
Naiana Carvalho
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