17 de outubro de 2012

As sem razões de um benquerer

Ilustração de Denis Zilber



Puro artifício de um olhar descuidoso, benquerença não pressupõe, do dileto, um valor encaixado em padrões, tornando-se benquisto à estima que lhe prezam por estranhas sem razões. 
Faz-se valoroso no caminho, e é pelo gosto e pela estima, que o benquerido se atina, toma prumo - ou, por conta da certeza do apego, vendo-se em seguro aconchego, de súbito, de vez, alucina. 
De natureza desconhecida, aquele benquerer instala-se num instante. Vem a calhar sem premeditação. Faz da ideia antiga, desejo infante. E de todo benfazer, vocação.
Agrada-se de pouco e num sorriso pequeno, encontra para si o nítido contentamento. Tem-se apreço, respeito, alto conceito pelo eleito.
E não há preço que pague, sentimento que compare.
Despropósito que faz valer manhãs de segunda. Tudo aquilo que ao coração inunda.




Naiana Carvalho



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